Do Site do Deputado Federal Paulo Ruben Santiago:
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Escola denuncia violência na comunidade do Pilar e Secretaria de Educação reprime direção
Em 19 de agosto de 2009
Depois de denunciar à imprensa episódios aterrorizantes de repressão da Polícia na comunidade, a Escola Municipal de Nossa Senhora do Pilar sofreu mais uma vez a repressão, sendo que foi a própria Secretaria de Educação do município do Recife que veio à reunião simplesmente para dizer, por meio do assessor executivo Flávio Brayner, que a prefeitura estava “constrangida de só saber do problema pelos veículos de comunicação”. Ele disse que a “diretora não devia atuar como líder comunitária do Pilar”.
No Jornal do Commercio de hoje, 19.8, Cláudio Duarte disse em entrevista que não aceitou a opção da diretora Adineide dos Anjos que liberou os estudantes uma hora antes do previsto por conta do suposto “toque de recolher”, em retaliação da polícia por causa da denúncia na imprensa ontem. “Só quem pode autorizar que as aulas acabem mais cedo é o secretário. E eu não fiz isso”, disse ele desautorizando a diretora.
Adineide justificou, durante a reunião, que tomou a medida porque “a situação ficou insustentável. Só quem sabe o que aconteceu aqui é quem está dentro da escola. As crianças viviam desenhando nas atividades escolares a agressão da polícia e já aconteceu de entrarem embaixo dos birôs, assim que havia barulho de sirene. A medida que tomei foi para prevenir o pior, pois a gente se sente na obrigação de ajudar a comunidade”, explicou ela, informando que a “escola é o único órgão público de acesso à comunidade do Pilar”.
Para o deputado federal Paulo Rubem Santiago (PDT), a Escola tem autonomia para elaborar seu projeto pedagógico e conduzir suas práticas pedagógicas e deve fazê-lo, nos termos do artigo 12 , da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei Federal 9394 de 1996 “.Isso se estende à tomada de decisões que possam ocorrer em situações emergenciais, como a que aconteceu com a diretora encerrando as aulas antes do horário. Isso é normal”, justifica ele.PAPEL DO EDUCADOR – Uma professora que estava na reunião disse que vivia se perguntando qual o papel do educador nesse episódio. “Optamos por denunciar as agressões à comunidade”. Uma líder da comunidade, que teve seu filho espancado duramente pela polícia, na presença da família, disse que teme pela sua vida e família.
No final da reunião, o coronel Cabral, da Secretaria de Desenvolvimento Social, disse que o objetivo de agora em diante é chegar num acordo com a comunidade. Ele disse que agora a polícia vai atuar como trabalhou na comunidade de Santo Amaro, onde há mais de 51 dias não há assassinatos. “Vamos trabalhar junta à comunidade, nos moldes da polícia amiga, de forma que as crianças e a comunidade passem a ver a polícia com outros olhos e não com o medo que estão tendo atualmente”. Ele disse que irá marcar outro dia para interagir com a comunidade.
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