sábado, 27 de março de 2010
Porque Hoje, 27 de Março, é Dia do Circo!!!
Parabéns à Trupe Etnia!!!
E, aqui, mais outra bela imagem da nossa Trupe Etnia que está desenvolvendo o Projeto "Promover e Viver Direitos no Picadeiro da Vida" na Comunidade do Pilar, onde, além de oficinas de Circo, realizarão rodas de diálogo sobre os nossos direitos econômicos, sociais e culturais. Sim! Ter acesso à arte e à cultura é direito de todos e de todas! A Trupe promete, ao final do projeto, um belo espetáculo para a Comunidade!
Valeu, gente!!!
Assunto/Tema:
Agenda,
Comemorações,
Dia do Circo,
Trupe Etnia
27 de Março: Hoje é dia do Circo!
Hoje é 27 de março, Dia do Circo. E a Comunidade do Pilar quer homenagear a nossa Trupe Etnia, formada por alguns moradores e, por isso, prata da casa, nosso orgulho!!!
A Trupe Etnia está desenvolvendo um trabalho super bacana na Comunidade... Com oficinas de Circo para a garotada (a partir de 8 anos) em todas as modalidades: malabares, acrobacia, pernas-de-pau, palhaços, etc. Temos, então, excelentes arte-educadores e artistas circenses, trazendo para a Comunidade do Pilar a alegria e a beleza do Circo.
Valeu, Cleiton! Valeu, Michel! Valeu, Kellynha! Valeu, Ígor! Valeu, Bolinho!
E a gente sabe que daqui um tempo vamos ter inúmeros outros artistas circenses, filhos do Recife e da Comunidade do Pilar! E, principalmente, Miguel - que está a caminho...
Assunto/Tema:
Comemorações,
Dia do Circo,
oficinas de circo,
Projetos,
Trupe Etnia
sexta-feira, 26 de março de 2010
Cartas, talvez, de um sonho... - II
- E que o nosso Pilar seja o Amor!
Do alto do imóvel que reinventa paredes e formas do antigo casario, se vêem, de um lado, a prefeitura da cidade, de outro, parte dos guindastes do porto e a torre da Igreja do Pilar. A pequena igreja, hoje abandonada, foi construída no século dezessete... Lá, celebrou Frei Caneca em tempos que aquela parte do bairro era chamada "Fora de Portas". À época do frade revolucionário, Fora de Portas já era lugar de ocupação ambígua: ali moravam trabalhadores fundamentais para a vida da cidade, mas eram cidadãos de "segunda categoria" no Brasil Monárquico. Alguns livros de História referem-se a "brancos pobres"...
A pobreza, em nosso grande país, apequena as liberdades. Livres têm sido aqueles que podem pagar por uma segurança relativa, muros invisíveis, títulos, status. Para os outros, pobres, ainda cabe sonhar os sonhos de liberdade de Frei Caneca.
A Comunidade do Brum ou Comunidade do Pilar recebeu inúmeros nomes, nomes carregados de estigmas, que rememoram a ambíguidade da ocupação de um espaço central da cidade por uma população secundarizada - quando não totalmente invisibilizada - pelas estruturas sociais aprisionantes de um país desigual. Chamaram-na "favela do rato", amenizado depois por "favela do Brum"... Ali, se sonha ser livre. Ali, as instituições da República sonhada por Frei Caneca são uma mão pesada sobre os cidadãos. O Estado não parece ter sido construído enquanto "democrático", muito menos "de direitos"...
A experiência de seguir adiante, ultrapassando as fronteiras do Recife boêmio e adentrando o Recife marginalizado, invisibilizado, que tenho vivido, nos últimos tempos, é um reencontro com a História que me comove e alenta. Reencontro com a História não pela antiguidade e marcas do passado nas ruínas, mas reencontro com a História, ato contínuo, processo, movimento aberto, flagrado na criatividade e teimosia do povo.
A partir da Rua do Brum, adentrando a comunidade, reaprendo História, reinvento-me educadora e militante. E entendo cada reinvenção como gesto plural. São muitas mãos a tecer os fios de cada nova aprendizagem. Mãos de homens e mulheres, jovens, crianças. São as suas vozes, as suas histórias, que me têm convidado a viver equilibrando indignação e esperança sob a batuta do amor.
Lembrar a História, no entanto, e pensar direitos são, neste momento, apenas o mote para a fala mais transparente que desejo deixar registrada, porque nenhum conteúdo de reflexão seria mais verdadeiro que dizer simplesmente: esta manhã, eu acreditei novamente que o amor é a força mais revolucionária que existe!
E por sobre os telhados, olhando a cidade, eu me vi, me reconheci. Entendi que enquanto educadora e gente preciso viver, de fato, a Educação enquanto ressocialização para que me humanize, para que dialogue e me solidarize e identifique com outras pessoas.
Uma chama viva de esperança queima certezas de papel. Sinto-me mais limpa da poeira de bibliotecas... O que vou fazer? Como vou fazer? Não sei... De peito aberto, disponho-me a aprender (cotidianamente) as respostas com o povo, caminhando na História.
Do alto do imóvel que reinventa paredes e formas do antigo casario, se vêem, de um lado, a prefeitura da cidade, de outro, parte dos guindastes do porto e a torre da Igreja do Pilar. A pequena igreja, hoje abandonada, foi construída no século dezessete... Lá, celebrou Frei Caneca em tempos que aquela parte do bairro era chamada "Fora de Portas". À época do frade revolucionário, Fora de Portas já era lugar de ocupação ambígua: ali moravam trabalhadores fundamentais para a vida da cidade, mas eram cidadãos de "segunda categoria" no Brasil Monárquico. Alguns livros de História referem-se a "brancos pobres"...
A pobreza, em nosso grande país, apequena as liberdades. Livres têm sido aqueles que podem pagar por uma segurança relativa, muros invisíveis, títulos, status. Para os outros, pobres, ainda cabe sonhar os sonhos de liberdade de Frei Caneca.
A Comunidade do Brum ou Comunidade do Pilar recebeu inúmeros nomes, nomes carregados de estigmas, que rememoram a ambíguidade da ocupação de um espaço central da cidade por uma população secundarizada - quando não totalmente invisibilizada - pelas estruturas sociais aprisionantes de um país desigual. Chamaram-na "favela do rato", amenizado depois por "favela do Brum"... Ali, se sonha ser livre. Ali, as instituições da República sonhada por Frei Caneca são uma mão pesada sobre os cidadãos. O Estado não parece ter sido construído enquanto "democrático", muito menos "de direitos"...
A experiência de seguir adiante, ultrapassando as fronteiras do Recife boêmio e adentrando o Recife marginalizado, invisibilizado, que tenho vivido, nos últimos tempos, é um reencontro com a História que me comove e alenta. Reencontro com a História não pela antiguidade e marcas do passado nas ruínas, mas reencontro com a História, ato contínuo, processo, movimento aberto, flagrado na criatividade e teimosia do povo.
A partir da Rua do Brum, adentrando a comunidade, reaprendo História, reinvento-me educadora e militante. E entendo cada reinvenção como gesto plural. São muitas mãos a tecer os fios de cada nova aprendizagem. Mãos de homens e mulheres, jovens, crianças. São as suas vozes, as suas histórias, que me têm convidado a viver equilibrando indignação e esperança sob a batuta do amor.
Lembrar a História, no entanto, e pensar direitos são, neste momento, apenas o mote para a fala mais transparente que desejo deixar registrada, porque nenhum conteúdo de reflexão seria mais verdadeiro que dizer simplesmente: esta manhã, eu acreditei novamente que o amor é a força mais revolucionária que existe!
E por sobre os telhados, olhando a cidade, eu me vi, me reconheci. Entendi que enquanto educadora e gente preciso viver, de fato, a Educação enquanto ressocialização para que me humanize, para que dialogue e me solidarize e identifique com outras pessoas.
Uma chama viva de esperança queima certezas de papel. Sinto-me mais limpa da poeira de bibliotecas... O que vou fazer? Como vou fazer? Não sei... De peito aberto, disponho-me a aprender (cotidianamente) as respostas com o povo, caminhando na História.
Assunto/Tema:
Cartas,
Comunidade,
Direitos Humanos,
História,
Memória
Cartas, talvez, de um sonho...
Lú...
Boa noite, Companheira!
Engraçado, eu ainda nem saí do meu barraquinho, mas já sinto saudades!
Vou aproveitar o restinho dos dias que tenho como “favelado” porque, quando efetivarem o processo de higienização mundial, “favelado” vai ter outro nome.
E de verdade, eu não sei se vou ser mais feliz quando nos colocarem nesses caixotes.
Logo me remeto a uma lembrança que tive há um tempo atrás...
A Comunidade do Pilar, como está sendo chamada hoje e, acredito eu, que é assim que vai ser chamada daqui pra frente também já foi bastante conhecida como Favela do Brum,e até hoje muita gente se refere a esse paraíso, por esse nome: "BRUM".
Mas o que eu queria comentar era sobre o terceiro nome com que denominaram a esse pequeno pedaço de terra, que vale trilhões de euros, mas que para "nós" possui um valor infinitamente incalculável.
Esse terceiro nome era “favela do RATO”, devido ao alto índice de roedores que havia na região, por causa da fábrica do Moinho, que à época trabalhava com grãos, o que atraía os "bichinhos" pra localidade...
E, hoje, é como se a PCR tivesse armado umas ratoeiras no Brum... Agora os roedores (população da favela do rato) tivessem que evacuar a área porque se deu início ao processo de dedetização do local. Quando concluírem esse processo de higiene social, irão nos colocar em seus cativeiros - uma espécie de caixotes de pedra, que irão substituir não só os barracos, mas também as plantas, flores e frutos do que, para nós, sendo nosso chão, é um PARAÍSO CHAMADO FAVELA.
“E assim, adormece esse homem/menino...
que nunca precisa dormir pra sonhar
Porque, não há sonho mais lindo
do que sua terra, não há!!” (Dorival Caymmi)
Cleiton
----------------------------------------------------------------------------------A partir do comentário postado por Cleiton Orman no blog [ poesia acidental ], na Quinta-feira, 25 Março, 2010.
---------------------------------------------------------------------------------
Cleiton, companheiro-menino, guerreiro de luz!
Sabes tu que me destes, desprentensiosamente, um ensinamento?
A lição de hoje foi "morada", "casa"... Ao modo freireano, diríamos que a palavra geradora foi "favela"... E fizeste-me entender que morada e casa é um lugar onde construímos sentidos e sentimentos e onde temos nossas raízes, construindo nossa História... Este conceito de "casa" e "morada" é o que os governos ignoram ao planejar e executar seus projetos de moradia popular.
Bem deveriam os governantes aprender esta lição...
Mas sei, companheiro, que sendo tu o educador que és, não de escolas, mas de picadeiros, e de chão, e de Vida, inventarás estratégias para ensinar, a partir de nossa favela, a toda gente aberta ao aprendizado, essas coisas lindas sobre o chão e a casa que nos dizem do direito e da grandeza de viver com dignidade.
E dignidade, irmão, jamais governo algum concedeu ao Povo. Dignidade jamais pessoa alguma deu a outra... Dignidade é conquista. E é irmã da Liberdade. E, filhas, elas são da Luta.
Vamos à Luta!
O Mundo, Casa da Humanidade, precisa re-aprender certos sentidos. Façamos a roda, chamemos toda a gente! As palavras geradoras serão "casa", "morada", "lugar", "comunidade", "identidade", "favela"... Talvez, a Humanidade encontre respostas para "como viveremos juntos?"...
É minha resposta, por hora... nosso diálogo continua!
Luciana
Assunto/Tema:
Cartas,
Comunidade,
Gente,
Memória,
Militância,
Moradia,
Revitalização
quinta-feira, 25 de março de 2010
Vocês que nos visitam... querem conversar?
Dia após dia, estamos abrindo as portas de nossas casas para os funcionários da Prefeitura da Cidade do Recife. São funcionários da URB, da Codecir... E o diálogo real com a PCR continua restrito aos momentos de festança e foguetório de quando o prefeito João da Costa pisa por lá - sempre estacionando o carro ao lado dos muros da fábrica de biscoitos e massas Pilar e chegando diretinho pra subir ao palanque.
Nunca, nunquinha, o distinto senhor e prefeito fez, à exemplo do seu antecessor, João Paulo, um momento de escuta da Comunidade.
É gente, a gente sabe que o projeto já foi mostrado e explicado pela prefeitura (na outra gestão), mas foi isto, só: mostrar e explicar. Não nos perguntaram se o projeto era satisfatório, não nos convidaram para participar de sua elaboração, não nos procuram para atualizar informações sobre o projeto...
Desde quando o projeto foi re-anunciado o que mais acumulamos é dúvidas...
Quem vai tirá-las?
E, aliás, há gente incomodada com nossas dúvidas...
Ter dúvidas é socialmente condenável? Um bom cidadão não deve ter dúvidas? E confiar cegamente em tudo o que lhe dizem?
Participação Social é quando uma multidão se reune pra escutar e... só?!?
Participação não é também "perguntar", "entender", "fazer junto"... Ou a participação que o governo está propondo é no "modo lagartixa"? O prefeito fala... e a gente balança a cabeça dizendo que "sim"...
Não!
Não... E não...!
A gente tem dúvidas e quer tirá-las.
A gente tem sonhos e quer buscá-los...
A gente tem idéias e quer vê-las consideradas no projeto da "Nova Comunidade do Pilar"...
Comunidade só pode existir com gente, atuante, e respeitada em seus direitos, inclusive, o direito de falar, de opinar... Senão o que a prefeitura estará fazendo é um monte de prédios que não vão chegar nunca a formar uma "comunidade".
Nunca, nunquinha, o distinto senhor e prefeito fez, à exemplo do seu antecessor, João Paulo, um momento de escuta da Comunidade.
É gente, a gente sabe que o projeto já foi mostrado e explicado pela prefeitura (na outra gestão), mas foi isto, só: mostrar e explicar. Não nos perguntaram se o projeto era satisfatório, não nos convidaram para participar de sua elaboração, não nos procuram para atualizar informações sobre o projeto...
Desde quando o projeto foi re-anunciado o que mais acumulamos é dúvidas...
Quem vai tirá-las?
E, aliás, há gente incomodada com nossas dúvidas...
Ter dúvidas é socialmente condenável? Um bom cidadão não deve ter dúvidas? E confiar cegamente em tudo o que lhe dizem?
Participação Social é quando uma multidão se reune pra escutar e... só?!?
Participação não é também "perguntar", "entender", "fazer junto"... Ou a participação que o governo está propondo é no "modo lagartixa"? O prefeito fala... e a gente balança a cabeça dizendo que "sim"...
Não!
Não... E não...!
A gente tem dúvidas e quer tirá-las.
A gente tem sonhos e quer buscá-los...
A gente tem idéias e quer vê-las consideradas no projeto da "Nova Comunidade do Pilar"...
Comunidade só pode existir com gente, atuante, e respeitada em seus direitos, inclusive, o direito de falar, de opinar... Senão o que a prefeitura estará fazendo é um monte de prédios que não vão chegar nunca a formar uma "comunidade".
memória da Comunidade do Pilar... vídeo da Esurp.
"NINGUÉM VÊ A COMUNIDADE DO PILAR"...
MAS, AGORA, A PREFEITURA DIZ QUE VAI FAZER A "NOVA COMUNIDADE DO PILAR"...!
ENTÃO, CHAMA A GENTE!!!! A GENTE QUER FAZER PARTE DA VIDA DA CIDADE E CONTINUAR CONSTRUÍNDO A HISTÓRIA DA NOSSA COMUNIDADE... ESSA HISTÓRIA É NOSSA E NINGUÉM APAGA (NEM PAGA!).
POLÍTICA PÚBLICA PARTICIPATIVA COMEÇA PELO DIÁLOGO. A GENTE QUER DIALOGAR, PASSO A PASSO, NO PROCESSO DE REVITALIZAÇÃO...
- CHAMA A GENTE...!
segunda-feira, 22 de março de 2010
HOJE É O DIA MUNDIAL DA ÁGUA!
A água que não podemos dispensar
Colunista apresenta aspectos físicos e químicos dessa substância essencial para a vida no planeta
Por: Adilson de Oliveira
Publicado em 18/07/2008 | Atualizado em 15/12/2009 em CIÊNCIA HOJE
Como tanto o hidrogênio quanto o oxigênio são átomos pequenos, a molécula de água torna-se muito leve. Mas, devido ao seu tipo de ligação química, a água se apresenta na forma líquida em temperatura ambiente. Se outro tipo de ligação unisse os átomos da água, ela se apresentaria como um gás e seria necessária uma temperatura muito baixa para que ela se liquefizesse. A estrutura da molécula de água permite também que, quando congelada, ela apresente um comportamento diferente do da grande maioria das substâncias. Ao se congelar qualquer líquido, as moléculas que o compõem ficam mais próximas umas das outras. Como conseqüência, seu volume diminui e sua densidade (a razão da massa pelo volume) aumenta. Com a água, porém, acontece exatamente o oposto. Quando ela é resfriada a uma temperatura inferior a 4°C, sua densidade diminui ao invés de aumentar. Isso acontece porque suas moléculas se afastam umas das outras, aumentando seu volume.
|
Outra característica física importante da água é sua grande capacidade térmica, isto é, seu potencial de armazenar energia fornecida na forma de calor. Qualquer pessoa que tenha aquecimento central de água em sua casa utiliza essa capacidade para distribuir uma grande quantidade de calor fazendo uso de pouca água.
Como se pode ver, a água é sem dúvida um bem muito valioso para todos nós e para o nosso planeta. E embora estejamos acostumados a pagar pelo seu uso, ela é um bem que não tem preço. Basta lembrar como os nossos planetas vizinhos, onde não há mais água, se transformaram em lugares nem um pouco agradáveis para nós.
Adilson de Oliveira
Departamento de Física
Universidade Federal de São Carlos
18/07/2008
domingo, 21 de março de 2010
O que dá pra minha família fazer em 28 metros quadrados?
Beeem... pra começo de conversa, quando esta obra aí, que estão propagandeando como "nova Comunidade do Pilar" estiver pronta, você, eu, nossas famílias e todas as outras famílias que formam a Comunidade do Pilar vamos viver em apartamentos de 28 metros quadrados... você sabe o que significa isto? Ou melhor, você tem idéia de que tamanho é um "apê" de 28 metros quadrados?
Como nossa vontade é explicar, esclarecer, pra que todo mundo na Comunidade saiba o que está acontecendo... É que a gente decidiu calcular ou demonstrar ou tentar entender, a área do apertamento onde nossas famílias vão morar...
No exemplo do retângulo (essa figura geométrica) que está aí em cima, temos: o retângulo dividido em quadradinhos iguais de 1cm cada lado; cada quadradinho tem de área (porque a área de um quadrado é a mutiplicação do tamanho do lado por 2...) 1cm quadrado; contando quantos quadrados existem na base e na altura (horizontal e verticalmente) a gente tem 5 e 3, multiplicando esses quadrados... 5x3=15, ou seja, teremos a área do retângulo, 15 centímetros quadrados. Isto é uma simplificação matemática que nos leva a perceber que a área de um quadrilátero (figura de 4 lados) é o produto da multiplicação da base pela altura, em matemática, B x H (base vezes altura)... Então! Seguindo a lógica de quadrados de 1cm quadrado e passando isso para quadrados de um metro quadrado cada, nossos "apês" teriam 7 e 4 quadrados... 7x4=28.
Mas, e aí? O que dá pra fazer em 28 metros quadrados?
Pra começar... seria bom calcular o tamanho de sua casa ou barraco e ver se o apartamento da "Nova Comunidade do Pilar" é maior ou menor que o espaço que você já ocupa com sua família e que, talvez, com bem menos dinheiro e uma boa reforma pudesse ficar no grau com tudo que temos direito: saneamento, instalação elétrica adequada, água encanada, boas paredes...
Será que seremos nós, os moradores e moradoras do Pilar, os maiores beneficiados com a construção desses prédios?
sábado, 20 de março de 2010
Quem somos nós? Como nos sentimos? O que queremos?
Quem somos nós?
- Somos moradores e moradoras da Comunidade do Pilar, este lugar que já foi chamado "favela do rato" ou "favela do Brum" e que fica bem pertinho de um pólo turítico e da prefeitura, mas ninguém ver... ou ninguém quer ver!
Somos também netos e filhos dos primeiros lutadores que ocuparam este espaço, resistiram e construíram as vidas de suas famílias aqui... construimos as vidas de nossas famílias aqui, na Comunidade do Pilar, apesar do saneamento básico precário ou nenhum, apesar do fornecimento irregular de água, apesar de a Celpe "fingir" não saber de nossos direitos e cobrar uma taxa altíssima pela energia elétrica, cortar o fornecimento e colocar muitos moradores no SPC, apesar de abusos cometidos por alguns criminosos de farda que deveriam protejer, mas amedrontam, apesar de os políticos só virem aqui em época de campanhas eleitorais e de fazerem promessas que aguardamos ver cumpridas há anos... apesar de o Porto não querer nossa presença, apesar de os governos ignorarem durante anos nossa existência... nós, moradores da Comunidade do Pilar, vivemos aqui há mais de três décadas e trabalhamos pelo crescimento da cidade, no comércio e no porto, garantindo o nosso sustento e de nossos filhos.
Como nos sentimos?
- E se nós perguntarmos a você como você se sentiria se fosse visto como perigoso, junto com sua família, por morar em um lugar pobre... e pobre porque esquecido ou abandonado pelas autoridades competentes (quanta competência em marginalizar e excluir!)? Como você se sentiria? E se o esgoto estourado ano após ano no portão de tua casa te lembrasse todo dia que "os poderosos não tão nem aí pra o jeito como você vive"? Mas eles querem seu voto...
Apesar disso, não nos sentimos humilhados! Somos os trabalhadores e as trabalhadoras que fazem a multidão de ambulantes no Centro do Recife, no Recife Antigo e até, ali, vendendo cachorro quente ou caldo-de-cana a quem vai resolver alguma bronca na prefeitura da cidade... Nós construímos junto com você esta cidade! E sabemos disto...
O que queremos?
- Respeito. Queremos respeito porque todas as relações entre pessoas humanas devem começar pelo respeito para que, no dia-a-dia, sejam relações de cooperação, solidariedade, entendimento e partilha... O respeito nos faz não ignorar a dignidade do outro, não desprezar sua história e não tratá-lo como quem pode (ou deve...) ser enganado, submetido, dominado, silenciado, afastado. Se existisse respeito, antes de pensar em "crime", quando se ouvisse falar em "favela", cada cidadão pensaria em outros cidadãos, em gente, vivendo suas vidas com grandes dificuldades e lutando para melhorar suas condições de vida e de sua comunidade... Aí, perguntamos: se minha comunidade melhora a sua também não vai melhorar?
Pois é... na melhoria de nossas vidas está a melhoria de muita coisa que faz a cidade melhor. E na consciência das pessoas de que se todos vivem melhor o Mundo se torna melhor está o começo do caminho (que a gente já faz ao caminhar!) de mais Justiça e da Paz.
E, então, como seguiremos?
- Alguém já disse que "o caminho se faz ao andar" e a gente acredita nisso! Mas tem que se saber por onde se anda, como se anda, para onde se anda e também têm horas que é pra gente não andar sozinho, andar junto... Esse andar junto é o andar da Comunidade. Ser Comunidade é isso: andar juntos para afirmar o que somos, partilhar o que sentimos, construir e conquistar o que queremos.
A Rede ParticiPilar quer ser isto: uma escola de Vida onde a gente aprende juntos a ser Comunidade. Vamos nessa?!?
- Somos moradores e moradoras da Comunidade do Pilar, este lugar que já foi chamado "favela do rato" ou "favela do Brum" e que fica bem pertinho de um pólo turítico e da prefeitura, mas ninguém ver... ou ninguém quer ver!
Somos também netos e filhos dos primeiros lutadores que ocuparam este espaço, resistiram e construíram as vidas de suas famílias aqui... construimos as vidas de nossas famílias aqui, na Comunidade do Pilar, apesar do saneamento básico precário ou nenhum, apesar do fornecimento irregular de água, apesar de a Celpe "fingir" não saber de nossos direitos e cobrar uma taxa altíssima pela energia elétrica, cortar o fornecimento e colocar muitos moradores no SPC, apesar de abusos cometidos por alguns criminosos de farda que deveriam protejer, mas amedrontam, apesar de os políticos só virem aqui em época de campanhas eleitorais e de fazerem promessas que aguardamos ver cumpridas há anos... apesar de o Porto não querer nossa presença, apesar de os governos ignorarem durante anos nossa existência... nós, moradores da Comunidade do Pilar, vivemos aqui há mais de três décadas e trabalhamos pelo crescimento da cidade, no comércio e no porto, garantindo o nosso sustento e de nossos filhos.
Como nos sentimos?
- E se nós perguntarmos a você como você se sentiria se fosse visto como perigoso, junto com sua família, por morar em um lugar pobre... e pobre porque esquecido ou abandonado pelas autoridades competentes (quanta competência em marginalizar e excluir!)? Como você se sentiria? E se o esgoto estourado ano após ano no portão de tua casa te lembrasse todo dia que "os poderosos não tão nem aí pra o jeito como você vive"? Mas eles querem seu voto...
Apesar disso, não nos sentimos humilhados! Somos os trabalhadores e as trabalhadoras que fazem a multidão de ambulantes no Centro do Recife, no Recife Antigo e até, ali, vendendo cachorro quente ou caldo-de-cana a quem vai resolver alguma bronca na prefeitura da cidade... Nós construímos junto com você esta cidade! E sabemos disto...
O que queremos?
- Respeito. Queremos respeito porque todas as relações entre pessoas humanas devem começar pelo respeito para que, no dia-a-dia, sejam relações de cooperação, solidariedade, entendimento e partilha... O respeito nos faz não ignorar a dignidade do outro, não desprezar sua história e não tratá-lo como quem pode (ou deve...) ser enganado, submetido, dominado, silenciado, afastado. Se existisse respeito, antes de pensar em "crime", quando se ouvisse falar em "favela", cada cidadão pensaria em outros cidadãos, em gente, vivendo suas vidas com grandes dificuldades e lutando para melhorar suas condições de vida e de sua comunidade... Aí, perguntamos: se minha comunidade melhora a sua também não vai melhorar?
Pois é... na melhoria de nossas vidas está a melhoria de muita coisa que faz a cidade melhor. E na consciência das pessoas de que se todos vivem melhor o Mundo se torna melhor está o começo do caminho (que a gente já faz ao caminhar!) de mais Justiça e da Paz.
E, então, como seguiremos?
- Alguém já disse que "o caminho se faz ao andar" e a gente acredita nisso! Mas tem que se saber por onde se anda, como se anda, para onde se anda e também têm horas que é pra gente não andar sozinho, andar junto... Esse andar junto é o andar da Comunidade. Ser Comunidade é isso: andar juntos para afirmar o que somos, partilhar o que sentimos, construir e conquistar o que queremos.
A Rede ParticiPilar quer ser isto: uma escola de Vida onde a gente aprende juntos a ser Comunidade. Vamos nessa?!?
quinta-feira, 18 de março de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)