quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Mostra Cutural do Recife


A Associação Cidade Escola Aprendiz realiza, em 9 e 11 de dezembro, a mostra cultural do projeto Bairro-escola Aprendiz Recife, nas comunidades Coque e Pilar. Alunos das escolas dos bairros e moradores poderão participar de atividades como oficinas de grafite, capoeira e percussão e de shows de samba e danças afro.

A primeira mostra será na comunidade Coque, em 9 de dezembro. De manhã haverá oficinas incluindo de artesanato, teatro de rua, jogos e brincadeiras, sendo que as produções serão socializadas à tarde. Durante a noite haverá apresentações culturais, incluindo roda de samba e lançamento de vídeos. Os eventos acontecerão na escola e na Academia da Cidade.

No dia 11 é a vez do Pilar, com eventos na escola e no pátio da igreja do Pilar. De manhã haverá oficinas como circo, grafite e hip hop. As produções serão apresentadas aos demais participantes durante a tarde. À noite a programação cultural inclui apresentações típicas de tambores e do coral do bairro.

A Secretaria de Educação do Recife disponibilizou um ônibus gratuito para transportar os moradores de um bairro ao outro nos dois dias de mostra. São esperados, pelo menos, 300 participantes no Coque e 200 no Pilar, segundo a organização do evento.

“A iniciativa teve início no meio desse ano. É muito nova, e a mostra vem para legitimá-la e para fortalecer o processo de articulação das comunidades”, avalia o gestor do projeto, Gerson Flávio. “Vamos ter uma conversa com a Secretaria de Educação e temos a expectativa que, ano que vem, o projeto seja ampliado para outras comunidades”.

Confira a programação completa da mostra:

09/12 – Coque

Manhã:
- Abertura

- Oficinas:

1. Grafite
2. Percussão, Danças Populares e Dança Afro
3. Hip hop
4. Capoeira
5. Jogos e Brincadeiras
6. Artesanato
7. Teatro de Rua
8. Futebol
9. Arborização do Bairro

Tarde:
- Socialização dos produtos das Oficinas
- Plantio de árvores

Noite:
- Apresentações culturais:

1. Trupe Etnia
2. Maculelê e Samba de Roda
3. Percussão, Danças Populares e Dança Afro
4. Capoeira
5. Caboclinho
6. Lançamento dos Vídeos do Coque e do Pilar – Projeto Memória dos Bairros

- Orquestra Criança Cidadã

11/12 – Pilar

- Abertura com cortejo

- Realização de Oficinas:

1. Circo
2. Grafite
3. Percussão
4. Jogos e Brincadeiras
5. Artesanato
6. Hip Hop

Tarde:
- Socialização dos produtos das Oficinas

Noite:
- Apresentações culturais:

1. Trupe Etnia
2. Tambores do Pilar
3. Maculelê e Samba de Roda
4. Percussão, Danças Populares e Dança Afro
5. Capoeira
6. Coral do Pilar
7. Lançamento dos Vídeos do Pilar e do Coque – Projeto Memória dos Bairros

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

sábado, 20 de novembro de 2010

Consciência Negra e Acesso à Educação

Proporção de pretos com curso superior é um terço dos brancos


Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Alvo de ações contrárias no Supremo Tribunal Federal (STF) as políticas afirmativas de cotas para acesso às universidades públicas e privadas podem ter justificativa nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a última Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad 2009), apenas 4,7% das pessoas autodeclaradas pretas com mais de 25 anos têm curso superior. O percentual dos ditos pardos é de 5,3% enquanto dos brancos é de 15% - mais que o triplo da porcentagem dos pretos.

Entre os atuais estudantes de 18 a 24 anos, o desequilíbrio é menor. O percentual de pretos e pardos universitários sobe, mas as estatísticas mostram que ainda é grande a diferença no acesso ao nível superior. “Enquanto cerca de dois terços, ou 62,6% dos estudantes brancos estão nesse nível de ensino em 2009, os dados mostram que há menos de um terço para os outros grupos: 29,2% dos pretos e 31,8% dos pardos”, descreve a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE

Na comparação de uma década nota-se, no entanto, melhoria do acesso de pretos e pardos à universidade. Em 1999, o IBGE mediu que apenas 7,5% dos pretos e 8% dos pardos de 18 a 24 anos estavam na universidade, contra 33,4% dos brancos.

Nesse período, cerca de 90 universidades públicas e privadas aderiram a alguma forma de política afirmativa em favor de pretos ou de egressos do ensino médio público. Nos últimos dez anos, o IBGE também verifica “uma recuperação da identidade racial”. Conforme a Síntese dos Indicadores Sociais, o percentual de quem se declara preto passou de 5,4% para 6,9%.

Se os pretos são minoria nos estratos escolares superiores, a situação é inversa na base da pirâmide. Entre os brancos, 5,9% declaram-se analfabetos; enquanto entre os pretos e pardos esse percentual é superior a 13%. Se for considerado o analfabetismo funcional (menos de quatro anos de estudo), a situação mantém-se perversa: 25% dos pretos e pardos são analfabetos funcionais. Entre os brancos o percentual é de 15%.

A situação escolar de pretos e pardos também pode ser verificada na média de anos de estudo. “A população branca de 15 anos ou mais de idade tem, em média, 8,4 anos de estudo em 2009, enquanto a de pretos e pardos é de 6,7 anos”.

Historicamente, a baixa escolaridade tem reflexo na remuneração. O IBGE acrescenta que além desse problema, os pretos e pardos recebem menos que os brancos em todas as faixas de escolaridade. O percentual é de pelo menos 20% abaixo. No total, pretos e pardos ganham 40% menos que os brancos.

Os pretos e pardos no Brasil formam a maioria da população (51,1%). Segundo o IBGE, 44,2% dos brasileiros declaram-se pardos e 6,9% pretos.

Edição: Aécio Amado

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

I Seminário sobre Tráfico de Pessoas e Relação de Gênero

I Seminário sobre Tráfico de Pessoas e Relação de Gênero
Inscrições abertas

Abertas às inscrições pro I Seminário sobre Tráfico de Pessoas e Relação de Gênero, que será realizado no próximo dia 13 de Novembro de 2010 ás 08:00hs, na Escola Estadual
Padre João Barbosa localizada na comunidade do Morro da Conceição, Recife - PE.

O seminário tem como objetivo promover o debate na perspectiva de uma maior
conciêntização das pessoas sobre a relação de Gênero junto ao Tráfico de Pessoas.
Dentro de sua programação o seminário traz 2 mesas de discussão, um com o tema
 
TRÁFICO DE PESSOAS E RELAÇÃO DE GÊNERO: O QUE HÁ EM COMUM ?
 e outra com a SOCIALIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS NA ÁREA DE GÊNERO E TRÁFICO DE PESSOAS.

O Grupo Quebra Kabeça entende que o seminário é uma atividade de extrema importância
e por isso convidar os interessados a participar junto conosco, para que assim o seminário
Torne-se gancho para juntarmos-nos todos na luta em torno desses eixos temáticos. Sob
enforque da necessidade da construção e implantação de um novo conceito de políticas públicas
relacionada a Gênero e Tráfico de pessoas

OBS: As fichas devem ser enviadas pra o email
quebrakabeca@gmail.com
 
Segue também o blog abaixo
 
 
BRASIL - Recife - PE

GABRIELA SAMPAIO -Articulação juvenil e Produtora Cultural Cufa-PE
R. Mamede Coelho 231 - Recife - CEP: 52.140-180
Tels: 55-81-3451-8373 / 9125-6628 / 8702-1766/ 98154168
Email: gabrielacufa.pe@gmail.com  twiter:@gabrielacufa //Skype:gabriela.sampaio9
 
www.cufa.org.br  /  www.cufa.org.br/pernambuco

Mídia no Brasil

Unesco aponta falhas na regulação da mídia brasileira

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Jacson Segundo - Observatório do Direito à Comunicação
09.11.2010  
Se o sistema de comunicação do Brasil passasse por um teste feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) é bem provável que seria reprovado. De acordo com os parâmetros da organização mundial, nosso país precisa melhorar em vários aspectos a sua legislação e sua regulação das leis. É o que ficou claro nas exposições de Toby Mendel e Wijayananda Jayaweera, os dois representantes da entidade presentes no Seminário Internacional Convergência de Mídias, que ocorre nesta terça (9) e quarta (10), em Brasília.

Toby Mendel é Consultor Internacional da Unesco e Wijayananda Jayaweera, diretor da Divisão de Desenvolvimento da Comunicação da organização. Com base em pesquisa desenvolvida em diversos países, os dois expuseram alguns indicadores desenvolvidos pelo órgão. O Brasil não cumpre na totalidade nenhum deles.

O modelo adotado no país de regulação da mídia foi alvo de várias críticas dos palestrantes. Diferente do que ocorre no país, a Unesco acredita que a concessão e renovação de outorgas deveria ser feita por um órgão regulador independente, como ocorre em Portugal. Por aqui, ele passa pelo governo Federal e pelo Congresso. “O sistema de licenças no país não atende os requisitos de independência”, disse Toby Mendel.

Além de achar o nosso sistema complexo, Toby também afirmou que ele é lento e pouco transparente. Ele lembrou que o momento de renovação de uma outorga (que dura 10 anos para rádios e 15 para televisões) deveria ser propício para que se avaliasse o serviço prestado pela emissora concessionária. No Brasil, a legislação praticamente faz com que as renovações sejam automáticas. Ela exige que para que uma outorga não seja renovada dois quintos do Congresso se manifeste contrário - e em votação nominal. Nem sequer audiências públicas ocorrem quando uma emissora tem sua outorga vencida.

A regulação de conteúdo – tão atacada pelas entidades midiáticas patronais no Brasil - também foi defendida pelos membros da Unesco, devido o impacto que os meios de comunicação têm na vida das pessoas. Essa regulação deve ser ainda mais forte, segundo Mendel, na proteção de grupos vulneráveis, como as crianças. Em caso de reclamações dos usuários sobre algum conteúdo, também é importante que exista um local para onde sejam encaminhadas reclamações. Esse mesmo organismo aplicaria sanções aos que cometerem abusos.

Apesar de defender uma regulação externa, Toby Mendel também acredita ser positivo que as próprias emissoras criem seus códigos de conduta. “A autorregulamentação é uma alternativa que poderia ser adotada no país”, opinou. No entanto, ele fez uma ressalva de que esse sistema deve funcionar para qualificar os conteúdos e não para regular questões como a propriedade dos veículos.

O consultor da Unesco também teceu comentários sobre os sistemas público e comunitários de comunicação no país. Mendel qualificou o primeiro de pequeno, com financiamento limitado e não totalmente independente. Sobre as mídias comunitárias, Mendel avalia que elas ainda têm poucas frequencias no país e sofrem de lentidão em seus processos de outorga.

Assim como várias entidades que atuam nessa área, o consultor acredita que o marco legal precisa rever a forma de financiamento dessas emissoras. Ele defendeu que os veículos comunitários, por exemplo, recebam algum tipo de publicidade, nem que seja restrita à localidade onde atuam.

Mesmo com todas as críticas, o consultor da Unesco afirmou que também há aspectos positivos no sistema de mídia brasileiro. Ele elogiou a programação dos meios de comunicação nacionais, o modelo de rede adotado pela radiodifusão (fortalece a identidade nacional) e a vontade que existe entre os setores da sociedade em discutir o assunto.

Links de Leitura: Comunicação Social

Observatório da Imprensa - Ismar Capistrano - Quem tem medo do Conselho de Comunicacao? - 9/11/2010

sábado, 30 de outubro de 2010

A Comunicação anti-popular da Rede Globo!

Pode-se pensar que discutir bolinhas de papel e rolos de fita crepe é uma bobagem. Ou que o assunto está ultrapassado. Não só não é uma bobagem, como tampouco o assunto está ultrapassado. Por um lado, seria uma bobagem não fosse o fato de que o maior veículo de comunicação televisiva do País, que goza de concessão pública para ser veiculado em TV aberta, produziu uma montagem grotesca de compressão de vídeo para levantar a bola (não a de papel, mas a moral) de um dos candidatos à presidência da República – além da sua própria, pois sua grandeza jamais poderia ser desbancada por um SBT. Por outro lado, o assunto estaria ultrapassado se o desmonte da edição farsesca realizada a partir da compressão de imagens combinada com artifacts – realizado pelo professor de Jornalismo Gráfico, José Antonio Meira da Rocha, da Universidade Federal de Santa Maria (RS) – tivesse sido exposto pelos grandes veículos de comunicação (links ao final deste post).
Acontece que a versão tosca do JN foi comprada de forma conveniente pela quase totalidade dos grandes veículos de comunicação – o que impede de tornar o assunto ultrapassado. Além disso, muita gente está repetindo à exaustão, e de forma acrítica, essa versão fajuta. Versão que se fez inquestionável no bom estilo medieval, magister dixit (“o mestre o disse”). A versão tornou-se supra sumo do “argumento da autoridade” depois de exibida no JN. Duas autoridades falaram: o próprio JN e Ricardo Molina – como se não fossem passíveis de questionamentos.
Ao pensar sobre isso, recordo-me de um artigo “A verdade que vem impressa nos jornais“, da historiadora da imprensa, Isabel Lustosa, publicado em 2008 na Folha de S.Paulo – e reproduzido aqui no blog. Na ocasião, Lustosa falava sobre o fetiche da palavra impressa em grande jornal como atestado de veracidade inquestionável. Concluía seu texto dizendo: “(…) recomenda-se ao leitor contemporâneo lembrar que não há texto neutro, que, na composição e no desenvolvimento de um texto jornalístico, na maneira de narrar e destacar um fato, estão também embutidas as paixões e os interesses do jornalista, do editor ou da empresa jornalística a que estão ligados. De modo que nem sempre o que sai no jornal é a expressão genuína da mais pura verdade.”
O JN dedica 7 minutos de seu noticiário para criar laboratorialmente uma versão dos fatos, e ninguém é capaz de questionar isso? Fetiche de veracidade baseada no argumento da autoridade. Por mais de uma vez essa versão kameliana foi desmentida, e ninguém repercute isso na grande imprensa? Pura conveniência. A versão forjada pelo JN teve três funções básicas: 1 – evitar a desmoralização de Serra (notadamente seu preferido); 2 – evitar sua própria desmoralização; 3 – produzir munição para os demais veículos de imprensa e seus colunistas, que puderam se sentir à vontade para reproduzir o fato como se fosse verdade inconteste.
Vejamos três exemplos de repetição acrítica da versão do JN. Cito uma colunista da Globo, uma da FSP e outra do Estadão.
1 – Miriam Leitão, em sua coluna de ontem:
“Desta vez, foi uma pedra na cabeça de uma jornalista, e o rolo de fita na cabeça do candidato José Serra. Esse episódio deve ser visto pelo risco potencial de conflito generalizado. As imagens falam por si.”
2 – Renata Lo Prete, no Painel de ontem, na FSP:
“À noite, depois da fala de Lula, o “Jornal Nacional” desmontou essa versão.”
3 – Dora Kramer, colunista do Estadão:
“Foram duas imagens captadas em dois momentos diferentes, comprovou-se ao longo do dia.”
Primeiro, as imagens não falam por si. Quem fala por elas é o perito. Segundo, o JN não desmontou nada, pelo contrário, foi desmontado mais de uma vez. Terceiro, o que se comprovou ao longo do dia foi que o JN forjou a versão (com ajuda de seu perito predileto, Ricardo Molina), e não o contrário.
Mas… se passou no JN, magister dixit, ora bolas!
Ao longo de toda a sexta-feira, dia 22, a hashtag #globomente oscilou entre o segundo e o terceiro assunto mais falado do mundo no Twitter.
Na quinta-feira, Marco Bahé publicou aqui no blog um artigo da Time, no qual se conjectura os motivos que fazem do Twitter um grande sucesso no Brasil. Entre os motivos citados no artigo está a análise do professor James Green, de que o sucesso do Twitter por aqui tem relação íntima com a concentração do poder midiático em poucas mãos após a saída do País de 21 anos de ditadura militar.
Entendi daquele artigo, que o “brasilianista” aponta o Twitter e outras redes sociais como um ponto de fuga dos brasileiros à grande concentração da mídia. Com o advento de redes sociais como o Twitter, os jornalões e os grandes veículos de comunicação já não têm mais o poder de veicular uma farsa e ficar por isso mesmo.
Assim, durante toda a sexta-feira (ao contrário do que afirmou Dora Kramer no Estadão), refutou-se ao longo do dia a versão do JN. E toda a repercussão foi concentrada desde a hashtag #globomente, passando por centenas de blogs, páginas do Facebook, Orkut, Youtube, et cetera.
Ainda que a versão do JN tenha sido desmontada (não apenas pelo professor Meira da Rocha), sua matéria municiou os colunistas dos jornalões, que desde então repetem comodamente aquela versão como verdade inquestionável. Muitas pessoas lembraram as edições do debate de 1989, quando Lula foi prejudicado claramente pela Rede Globo, em favor da candidatura de Fernando Collor.
Acontece que, depois da matéria ter sido veiculada pelo JN (ainda que jornalistas da própria Globo no estúdio de São Paulo tenham vaiado a versão na hora em que foi veiculada – não reproduzo do próprio Escrevinhador porque de ontem para hoje o blog foi atacado por um malware) o estrago foi feito, e, em parte, é irreversível.
A estratégia é simples: a velha e boa se colar, colou.
Mas colou apenas para os colunistas dos jornalões, e para quem mais fosse conveniente. Mas no Twitter, passou longe de colar. E, embora a versão do JN ainda repercuta de forma acrítica, a Rede Globo calou-se sobre o assunto.
Vejam dois vídeos que desmontam a versão kameliana do tal rolo de fita que teria atingido Serra, mas que não existiu.
Recomendo também a leitura do texto do professor Meira da Rocha que desmontou, quadro a quadro, a farsa do Jornal Nacional.
No texto, ele observa o seguinte:

"Será que a velha mídia não se dá conta que qualquer pessoa pode gravar TV e passar quadro-a-quadro? E que, fazendo isto, a pessoa pode ver que não há nenhum rolo de fita crepe sendo atirado contra o candidato José Serra? Que o detalhe salientado em zoom numa extensa matéria de 7 minutos não passava de um artifact de compressão de vídeo sobreposto à cabeça de alguém ao fundo? Que não se vê no vídeo quadro-a-quadro nenhum objeto indo ou vindo à cabeça do candidato?"

E a Globo ainda vai procurar a opinião de um “especialista” de reputação duvidosa…
Tudo pode ser digitalizado, menos a credibilidade de um veículo jornalístico. E este único ativo que sobra à velha mídia, ela joga fora…
Leia a íntegra, com as imagens do quadro a quadro, clicando aqui
_________________________

Leia, ainda, o texto “É Serra na fita“, também do professor José Antônio Meira da Rocha, em que analisa amiúde e didaticamente a construção do perito Ricardo Molina, clicando aqui (dica do leitor JG_).

domingo, 17 de outubro de 2010

sábado, 16 de outubro de 2010

Amanhã é Dia de Futebol!


Mantendo uma de suas mais festejadas tradições - a garotada adora!! -, a Comunidade do Pilar, através da Rádio Comunitária do Pilar, realiza + 1 vez o Campeonato de Futebol das Comunidades. Sempre realizado com as participações de crianças e adolescentes do Pilar e de Santo amaro, este ano, o IV Campeonato de Futebol da Semana das Crianças contará com a participação também da Comunidade do Coque!
Então, amanhã, dia 17 de outubro, Coque, Santo Amaro e Comunidade do Pilar vão se encontrar para celebrar, através do Futebol, a união e a parceria entre Comunidades. Estaremos na quadra do Moinho, na Comunidade do Pilar, a partir das 9 horas.
Amanhã, o futebol une a garotada das maiores comunidades do Centro do Recife. Será dia de festa!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

debates: Eleições em 2º Turno.

12/10/2010
 
Quem são e para onde irão os eleitores de Marina?
 
“Minha hipótese é de que o peso político de Marina Silva é menor que os votos que recebeu e que seu partido, o PV, é menor do que ela”. A opinião é de Antônio Augusto de Queiroz, jornalista, analista político e diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) em artigo no sítio Congresso em Foco, 11-10-2010.
Eis o artigo.
A resposta à pergunta acima será dada pelas pesquisas qualitativas que estão sendo feitas pelos institutos de pesquisa e pelas urnas no dia 31 de outubro, mas já é possível antecipar algumas constatações desse processo eleitoral, que está em fase de decantação. Minha hipótese é de que o peso político de Marina Silva é menor do que os votos que recebeu e que seu partido, o PV, é menor e menos verde que ela.
A senadora Marina Silva foi apresentada pela intelectualidade e pela mídia como a candidata ideal: mulher, religiosa, de origem humilde, comprometida socialmente, defensora do meio ambiente, honesta e sem o suposto radicalismo do PT nem o conservadorismo do PSDB. Seria a terceira via, embora não dispusesse de grande estrutura partidária, tempo de televisão e recursos para uma campanha presidencial.
 
Com esse perfil, Marina recebeu votos de um eleitorado difuso, que pode se classificado em quatro grupos: a) o da fadiga, b) o flutuante, c) o da revanche ou do troco, e d) o convicto. Minha hipótese é de que o peso político de Marina Silva é menor que os votos que recebeu e que seu partido, o PV, é menor do que ela.
O primeiro grupo, da fadiga, é composto por eleitores que não estão satisfeitos com o PT nem têm saudades do PSDB. Esse grupo descarregou seus votos na Marina menos por convicção e mais por considerá-la uma candidata simpática, honesta, boazinha, que poderia, eventualmente, se converter numa terceira via. Foi falta de opção.
O segundo grupo, o flutuante, foi determinante para levar a eleição para o 2º turno. É composto de eleitores pendulares, que não queriam José Serra, estiveram indecisos um período, declararam votos para Dilma, mas próximo da eleição desistiram e votaram em Marina.
Esse grupo é muito heterogêneo. É formado por eleitores que não gostaram dos escândalos no governo (quebra de sigilo e episódio da Casa Civil) e também se deixaram influenciar pelos boatos de que a candidata Dilma era a favor do aborto, da união civil de pessoas do mesmo sexo e que teria declarado que “nem Cristo" tiraria sua eleição em primeiro turno.
Especula-se que neste grupo, formado majoritariamente por potencias eleitores de Dilma, inclui-se até gente de partidos da base aliada, que, certo da vitoria da candidata governista, teria (por ação ou omissão) consentido levar a eleição para o 2º turno como forma de reduzir o poder do PT e forçar uma negociação política em novas bases, inclusive com o fortalecimento dessas forças na coordenação de campanha.
O terceiro grupo, o da revanche ou do troco, é formado por pessoas que antes votavam no PT, mas que se sentiram traídas ou chateadas com determinadas políticas públicas ou com a postura das autoridades.
Esse grupo inclui, por exemplo, os aposentados do serviço público que tiveram que pagar contribuição previdenciária, os pensionistas que tiveram redução na pensão, os servidores que não tiveram reajuste, além de pessoas que resolveram punir o PT por suposta arrogância no Governo.
O quarto grupo, o da convicção, é formado pelos eleitores que tem certeza do voto, ou seja, acham que Marina é mais preparada para governar e possui o melhor programa.  É um grupo heterogêneo, formado majoritariamente por intelectuais, jovens, por pessoas de classe média alta e também por gente humilde. Seu universo, entretanto, não passa de 5% do eleitorado brasileiro ou um terço dos votos da Marina.
Entre os postulantes à Presidência da República, Marina foi poupada pelos dois principias candidatos, José Serra e Dilma Rousseff, ambos interessados em seus votos, na hipótese, que afinal se confirmou, de 2º turno.
Ninguém poderá afirmar, com certeza, para quem irão esses votos, se para Dilma ou Serra, ou, se ainda, serão anulados. O mais provável é que estes votos sejam distribuídos igualmente entre Dilma, Serra e abstenção ou nulos. Neste caso, se Dilma mantiver os votos do primeiro turno e acrescentar mais um terço dos votos dados a Marina terá sua eleição assegurada. É essa a minha aposta.

Eleições 2010: Deu na Folha de S. Paulo!!!

Igrejas X internet

por Fernando Rodrigues


A internet ganhou de lavada das igrejas na eleição deste ano. Ainda bem. Um sinal de que o Brasil não está assim tão mesozoico como sugerem os comerciais religiosos de Dilma Rousseff (PT) e de José Serra (PSDB). O tucano chegou a mostrar ontem uma foto de quando fez a primeira comunhão.
Na pesquisa Datafolha realizada na última sexta-feira, o instituto indagou aos eleitores sobre a influência de igrejas e da rede mundial de computadores na política.
Dos 94% dos eleitores que declaram ter religião, só 3% afirmam ter recebido alguma orientação de sua igreja para não votar em algum candidato a presidente.
Já entre o total dos eleitores brasileiros, 14% foram alvo de mensagens negativas enviadas por meio da internet contra os postulantes ao Palácio do Planalto.
Ou seja, muito mais brasileiros tiveram contato com propaganda negativa na internet do que assistindo a um culto religioso. É uma boa notícia. O país estaria regredindo séculos se os eleitores majoritariamente submetessem suas convicções eleitorais a prescrições vindas de padres e pastores.
Embora essa guerra de propaganda negativa tenha sido limitada a uma parcela minoritária, houve consequências. A maior derrotada foi Dilma Rousseff.
Mesmo em pequena quantidade, os conselhos religiosos foram todos tangendo o fiel a rejeitar a petista nas urnas. No final, 1% do eleitorado acabou mudando de voto por causa da orientação recebida.
No caso da internet, o número de eleitores que recebeu mensagens anti-Dilma superou em mais de três vezes todos os que leram propaganda anti-Serra.
Curiosamente, esse movimento de subtração de votos da petista não desaguou de forma automática no tucano. Muitos se tornaram indecisos. Por enquanto, parecem inescrutáveis. O rumo dessa categoria de "eleitor-pêndulo" será vital na escolha do sucessor de Lula.

Polêmicas Religiosas e o voto.

Entre a coerência e a superficialidade
Por Gabriel Perissé em 12/10/2010
Nunca antes na imprensa brasileira se escreveu tanto sobre o aborto. O tema está em destaque na revista Época, na Veja e na CartaCapital desta semana. Vários jornalistas e articulistas têm escrito sobre ele nas páginas dos jornais e nos blogues. Tema da hora porque, ao que tudo indica, o segundo turno para a escolha do próximo presidente aí está em virtude do voto religioso, que alguns consideram simplesmente fundamentalista.
Muitos católicos e evangélicos teriam identificado a candidata Dilma como agente do mal, aquela que "é a favor de matar criancinhas" (Mônica Serra). Votaram em Marina Silva, que já foi católica e hoje é evangélica. O que proporcionou a José Serra a sobrevida de um mês na disputa eleitoral. Além de Marina, o próprio Serra teria sido diretamente beneficiado pelo voto religioso.
Aborto... Política... Religião... As autoridades religiosas vêm a público se manifestar. A palavra dessas autoridades se dirige ao fiel que, na hora sagrada de votar, é pressionado por sua consciência a não cooperar com a iniquidade...
O pastor Silas Malafaia influencia o povo evangélico. Decidiu não votar na "irmã" Marina e opta por Serra: veja o vídeo. Outro líder cristão, o pastor Paschoal Piragine Jr., da Igreja Batista de Curitiba, também se posiciona contra o PT: veja o vídeo. Um sacerdote católico, da Canção Nova, manifesta-se no seu sermão contra o PT: veja o vídeo. Um vídeo no YouTube, contra o aborto, chega a denunciar Gabriel Chalita (PSB), líder católico, como "traidor", ao apoiar as candidaturas de Marta Suplicy e Dilma.
Não fica um, meu irmão... A ideia de fundo é que uma pessoa coerente com seus princípios religiosos não pode votar em políticos que defendam práticas contrárias à lei natural, à moral do Evangelho ou aos ensinamentos da Igreja católica.
No entanto, se esse contingente de eleitores quiser ser coerente para valer deverá aprofundar sua busca de informações. Não basta ler e-mails de origem duvidosa ou a revista Veja, que na capa da última edição associa Dilma Rousseff (somente Dilma) à questão do aborto.

Trata-se de averiguar então o grau de coerência católica de José Serra, que seria a "opção do bem".

O candidato do PSDB, quando ministro de FHC, em 1998, assinou a Norma Técnica "Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes", autorizando os hospitais públicos a realizar abortos. O padre Léo, da Canção Nova, sobre isso se manifestou: veja o vídeo.
Serra é um entusiasta dos valores da maçonaria, como neste vídeo. (Aliás, o próprio católico Geraldo Alckmin simpatiza com a maçonaria, conforme este vídeo, e Gilberto Kassab e o candidato a vice Michel Temer se irmanam neste outro vídeo.) A rigor, católicos também não podem votar em simpatizantes da maçonaria.
Com relação à homossexualidade, seria difícil para José Serra explicar este vídeo aos seus apoiadores à la Malafaia. A rigor, evangélicos também não podem votar em quem elogia a Parada Gay.

Ler deveria ser proibido...!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

» Começa o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra

Economia Solidária no Brasil



» Começa o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra


Fonte: Secretaria Executiva do FBES (adriana@fbes.org.br)




Durante o Plebiscito, brasileir@s tem a chance de acabar com o latifúndio no país

Tem início hoje o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra no Brasil. Entre os dias 01 e 07 de setembro, toda a sociedade brasileira terá a oportunidade de dizer se é a favor ou contra a concentração de terras no país, ou seja, se concorda ou não com o latifúndio.



Além das 54 entidades que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, também promovem o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, a Assembléia Popular (AP) e o Grito dos Excluídos. O ato ainda conta com o apoio oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).



Ouça e divulgue os spots de rádio Clicando Aqui.

 
Leia a íntegra AQUI.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Se liga no Movimento!!

Por que todo mundo fala sobre a importância da Educação e poucos fazem alguma coisa para melhorá-la?

artigo de Hugo Eduardo Meza Pinto e Marcus Eduardo de Oliveira


[EcoDebate] Hipoteticamente, imagine a situação do Brasil depois de ter recebido duas bombas atômicas sob uma guerra qualquer. Imagine mais ainda: que todo o orgulho do país tenha sido arrasado, tal qual sua infraestrura econômica e social. Para piorar esse cenário de pura imaginação, mentalize que o Brasil não tenha nenhuma riqueza de recursos naturais (nada de Amazônia, nem de Mata Atlântica), nem a riqueza mineral que ora possui.

Dentro desse exercício imaginativo pense, agora, que o espaço geográfico desse país fosse composto por ilhas vulcânicas, suscetíveis a tremores de terra no último grau da escala Richter.

Imaginou? Seria um caos, não é verdade?

Se pensar que este é um dos piores cenários dos mundos, se surpreenderá ao saber que, no século passado, depois da Segunda Guerra Mundial (pós-1945), o Japão contava com todas essas características acima descritas, com exceção dos recursos naturais em larga escala.

No entanto, mesmo tendo todas essas restrições de ordens econômica e estrutural, este país oriental conseguiu superá-las com investimentos maciços numa política de desenvolvimento de longo prazo, focada na reconstrução da infraestrutura e, principalmente, na valorização da educação como elemento de transformação. A política educacional japonesa focou, especificamente, na criação de cursos técnicos sustentados por uma política de inovação aplicada na base. Copiar os melhores produtos, até superá-los em qualidade, foi a meta proposta e conseguida pelos nipônicos. Resultado disso? Na década de 1980, o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan (1911-2004), teve que pedir para o primeiro ministro japonês Takeshita Noboru (1924-2000), para que as empresas de seu país, especialmente do setor automobilístico, parassem de vender carros no mercado norte-americano, uma vez que essa ação poderia provocar a quebra da General Motors (GM).

Não muito distante desses acontecimentos, na década de 1960, a Coréia do Sul procurava por um modelo de desenvolvimento econômico capaz de fazer avançar as empresas sul-coreanas. Os indicadores socioeconômicos do país eram inferiores aos brasileiros, sem contar o exíguo mercado interno. Na mesma época, o Brasil experimentava os frutos do processo de Industrialização via Substituição de Importações (ISI), que consistia, basicamente, em proteger o mercado interno da concorrência internacional, garantindo assim espaço das empresas que se encontravam dentro do país (tanto nacionais quanto multinacionais). Tal prática provocaria um processo competitivo capaz de fazer com que as empresas locais substituissem os produtos importados, garantindo, na essência, uma industrialização consistente e promissora.

A Coréia, é importante ressaltar, copiou esse modelo com algumas variantes: 1) protegeu sua indústria ao mesmo tempo em que promoveu uma competição em ordem mundial; 2) como seu mercado interno era pequeno, optou por vender ao mundo seus produtos, o que a obrigou, por conseguinte, fazer com que suas indústrias medissem esforços com as líderes internacionais, principalmente em questões de inovação e competitividade; 3) realizou uma revolução ampla e sintomática em seu sistema educacional.

O que decorreu dessa última manifestação? Mudanças radicais aconteceram desde o ensino básico até o nível universitário. Substanciais investimentos no ensino fundamental fizeram com que a Coréia do Sul pensasse grande, uma vez que a classe dirigente acreditava que a educação necessitava de mudança estrutural. A partir daí implantou-se a cultura da meritocracia para incentivar o ensino, aumentando o número de horas de estudo. Hoje, decorrido uma década do novo século, as crianças sul-coreanas estudam o dobro de horas em relação às crianças brasileiras. A Coréia do Sul tocou em pontos específicos: melhorou o salário dos docentes, incrementou parcerias com o setor privado de forma a captar recursos para a educação e promoção de inovação tecnológica e, por fim, envolveu o núcleo familiar na corresponsabilidade (co-participação) no processo de ensino-aprendizagem. Aplicaram a prédica de que juntos (governo, famílias, empresas, alunos e professores) todos ficam mais fortes.

Os números embasam tal afirmativa: O orçamento na educação na Coréia do Sul passou de 2,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em 1951, para 22%, em 1980 – em menos de trinta anos um salto de mais de 750%. O resultado foi previsível: a Coréia do Sul foi o único país que conseguiu se desenvolver economicamente de forma bem estruturada ao longo do último quarto do século XX.

Educação: a variável decisiva

Nos exemplos citados, a educação aparece como variável decisiva para o desenvolvimento de países (Japão e Coréia) e, atualmente, ela está sendo trabalhada de forma coesa por países que crescem a taxas consideráveis como Índia e China.

Essa “variável”, chamada educação, foi também o objeto de estudo do economista Theodore Schultz (1902–1998). No pós-guerra, Schultz quis saber por que a Alemanha e o Japão, sendo países vencidos e assolados materialmente pela crueza das bombas, se recuperaram tão rapidamente. A conclusão de Schultz foi que a velocidade de recuperação desses países se devia, explicitamente, a uma população saudável e altamente educada. Segundo ele, a boa combinação dessas duas variáveis – saúde e educação – que preferimos chamar de sentimento, aumentaria significativamente a produtividade e competitividade desses e de quaisquer outros países, que por esses caminhos transitassem.

Foi dessa maneira – que já era altamente conhecida por muitos – que Schultz introduziu um novo elemento primordial para o desenvolvimento econômico: o Capital Educacional, que depois acabaria sendo identificado como Capital Humano. Na essência, é o conhecer-saber-fazer (know-how / savoir-faire) que Schultz prioriza como alavanca do desenvolvimento.

O trabalho de Schultz, além de influente, principalmente na alocação de recursos dos países desenvolvidos (que diga a Coréia cuja lição foi bem aprendida e aplicada), foi também pauta das políticas de desenvolvimento recomendada por instituições como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a própria ONU, em seus diversos relatórios e estudos.

Todas essas situações são bem conhecidas e algumas de domínio público. Não é por desconhecimento que, em certos lugares, o incentivo à educação não se torna prioridade. Certamente os motivos do descaso são outros, de múltiplas facetas.

Conquanto, a história está repleta de bons exemplos. Exemplos de desenvolvimento guiado por adequadas políticas educacionais são, por demasia, ilustrativos. Exilado no Chile durante a década de 1840, Domingos Faustino Sarmiento (1811-1888) foi encarregado de aprimorar o sistema educacional chileno. De volta à sua Argentina, Sarmiento torna-se o nono presidente da República (1868-74). Nesse período, converte o sistema educacional argentino num modelo de excelência. Em pouco tempo duplica o número de escolas públicas e faz construir mais de 100 bibliotecas públicas com nível qualitativo inigualável. Até hoje os argentinos colhem os frutos deste sistema. Não à toa, cinco nuestros hermanos já ganharam prêmio Nobel, três voltados à ciência, incluindo fisiologia e medicina em 1947.

Quanto ao Brasil, os que aqui puseram os pés pela primeira vez para colonizar estas terras sempre desejaram que fôssemos um simples lugar, capaz de produzir e fornecer gêneros úteis ao comércio metropolitano. Até o fim da colônia, este foi o objetivo do império português. Decorre disso que a educação veio a ser tratada, em terras brasileiras, com mero descaso. O trabalho educativo patrocinado pelos membros da Companhia de Jesus foi descolado da realidade brasileira. As primeiras letras não foram ensinadas ao povo simples, mas sim aos filhos da elite (filhos dos senhores de engenho). Aos mais simples (índios e filhos dos colonos) o ensino ficava a cargo de convertê-los aos ditames da Igreja. Assim, a educação no Brasil nasceu com tinta elitizada e, elitizada continua até hoje – basta atentar para a distância qualitativa do ensino privado com mensalidades elevadas e nível educacional ainda alto e cotejá-los com o que se aprende no ensino público em que falta giz, cadeira e, não raro, os professores são ameaçados de morte nas periferias.

A primeira universidade no Brasil e os cinco séculos de descaso


De igual monta, a primeira universidade no Brasil não nasceu com um projeto de levar educação libertadora e inclusiva, mas apenas para bajular a elite européia outorgando ao rei da Bélgica o título de “Doutor Honoris Causa”, em 1920, por conta de sua visita ao país. Esta é a história seminal da atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), conhecida inicialmente como Universidade do Brasil (UB). O que resultou isso? A continuidade do descalabro do poder público, iniciado com os portugueses, para com o ensino no Brasil. Hoje, com os anos que estão correndo no século XXI, colhemos os frutos amargos dessas más-gestões públicas iniciadas no século XVI. São cinco séculos de descaso. Atualmente, o sistema educacional brasileiro é altamente incapaz de promover uma ruptura com o status quo e promover, pelas vias do conhecimento, uma política de valorização do indivíduo.

No Brasil, vindo do mundo da política, sendo esse um político com visão administrativa apurada, resta a bandeira desfraldada por Cristovam Buarque. A “Revolução na Educação” propugnada pelo atual senador, infelizmente, ainda não chegou aos ouvidos moucos do poder executivo central. Revolucionários como poucos, na acepção do termo utópico, Cristovam Buarque é daqueles que catapultam os sentimentos por um mundo melhor conduzido pelo giz e lousa. Com isto, embala um mundo de idéias pautadas na educação de qualidade. Igual a ele tivemos Paulo Freire (1921-1997), Anísio Teixeira (1900-1971), Lourenço Filho (1897-1970) e Fernando de Azevedo (1894-1974). E, no entanto, resta indagar: quantos de nós sabemos quem foram e o que fizeram eles?

Um dia ainda haveremos de nos arrepender amargamente pelo descaso com que tratamos a educação. Nunca construímos uma nação coesa. E a porta de acesso a essa construção é conhecida: educação de qualidade, não educação de quantidade, por conveniência.

Talvez seja por isso que Celso Furtado (1920-2004), nosso mais brilhante economista, disse acertadamente que “nunca nos desenvolvemos, apenas nos modernizamos”, pois, segundo entendemos, desenvolvimento, pelas lentes da ciência econômica, implica afirmar uma situação em que haja melhoria de vida para aqueles que compõem os estratos mais simples da sociedade. Isso nos leva a dizer que este é um dos poucos países em que a classe rica parece ter ojeriza ao fato de que os pobres e os cidadãos mais simples possam ter estudo. Parece-nos que “eles” não querem ver todos numa condição intelectual melhor. Não por acaso, temos classes sociais diametralmente antagônicas – de um lado o “luxo”, do outro, o “lixo”. Talvez seja essa a razão de ainda termos (enquanto nação) mania dos tempos da sociedade escravagista, pois muitos são os que ainda consideram o trabalho manual coisa de gente pequena e sem mérito. Um país que se pretenda ser classificado como sério precisa fazer seus políticos voltarem aos bancos escolares, para fazer a primeira das mais básicas lições do alfabeto do desenvolvimento: erradicar o analfabetismo, qualificar o indivíduo e dar-lhes oportunidade de prosperar na vida. E isso não se faz com meros 4,3 anos de estudo que, em média, cada brasileiro passa sentado num banco escolar.

Por fim, cumpre apontar que aqui buscamos apenas o entendimento da história. Fica por sua conta, ilustre leitor (a) “descobrir” quem são os culpados pelo descaso para com a educação e, mais que isso, entender por que todo mundo fala da importância da educação, principalmente em época de eleição, mas poucos são os que fazem alguma coisa para melhorá-la, afinal, como diria o francês Bachelard “a verdade é filha da discussão”. Provoquemos então mais essa discussão. O momento é propício.

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Hugo Eduardo Meza Pinto é Economista, Doutor pela (USP). É Diretor Geral das Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba. Meza{at}santacruz.br
Marcus Eduardo de Oliveira é Economista, mestre pela (USP). É professor de Economia da FAC-FITO / UNIFIEO (S. Paulo). prof.marcuseduardo{at}bol.com.br

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Economia Solidária no Marco Zero!!!

Entre os dias 03 a 05 de setembro, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Secretário de Agricultura e Reforma Agrária (Sara) e suas vinculadas, a exemplo do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) promoverão a I Feira Estadual da Agricultura Familiar e Reforma Agrária no Marco Zero, Bairro do Recife.

Durante a feira, estarão sendo expostos e comercializados os inúmeros produtos resultantes da agricultura familiar no estado, bem como serão apresentados aos consumidores a importante contribuição desta modalidade de produção para a nossa sociedade.

A feira contará com 100 estandes para produtos agrícolas beneficiados e exposição de artesanatos produzidos pelos agricultores familiares, 15 cozinhas, onde serão produzidos almoços e jantares típicos do meio rural, além de bares e restaurantes.

Também serão montados seis estandes para bebidas, 50 espaços para feira de produtos in natura, e ainda, locais para apresentações culturais de artistas renomados no cenário nacional. As crianças serão beneficiadas com espaços para leitura e brincadeiras. Haverá ainda auditório para a realização de palestras e capacitações.

O público expositor será formado basicamente por agricultores familiares, pescadores artesanais, mulheres rurais, assentados da reforma agrária e do crédito fundiário, além de quilombolas e indígenas da região.

domingo, 4 de julho de 2010

Fazendo a Diferença - 2

 

Visão Mundial: Uma organização não governamental humanitária, plural e cristã.

A Visão Mundial é uma organização não governamental cristã, brasileira, de desenvolvimento, promoção de justiça e assistência, que, combatendo as causas da pobreza, trabalha com crianças, famílias e comunidades a fim de que alcancem seu potencial pleno. Dedica-se a trabalhar lado a lado com as populações mais vulneráveis e a servir a todas as pessoas, sem distinção de religião, raça, etnia ou gênero.
Integra a parceria World Vision International, que atua em quase 100 países e atua no Brasil desde 1975, oferecendo benefícios diretos a mais de 700 mil crianças, jovens e adultos. Esse trabalho se multiplica em benefícios indiretos para mais de 2,8 milhões de brasileiros em 13 estados. A organização está presente na região semiárida no Nordeste do país e do Vale do Jequitinhonha, na Amazônia e nas principais regiões metropolitanas.
Em seus projetos e programas, prioriza as crianças que vivem em comunidades empobrecidas e em situação de vulnerabilidade. Para que as crianças tenham um futuro digno, a Visão Mundial acredita ser necessário transformar a realidade das famílias e das comunidades em que elas vivem. Por isso, todos os projetos apoiados pela organização têm como meta a promoção do Desenvolvimento Transformador. A Visão Mundial procura assegurar que os processos de Desenvolvimento Transformador sejam sempre baseados na comunidade, sustentáveis e focados no bem-estar das crianças.

Missão

A Visão Mundial é uma organização cuja missão é seguir Jesus Cristo, trabalhando com os pobres e oprimidos para promover a transformação humana, buscar a justiça e testificar as boas-novas do Reino de Deus.

Visão 

“Nossa visão para todas as crianças: vida em abundância. Nossa oração para todos os corações: a vontade para tornar isso uma realidade.”

Fazendo a Diferença - 1


A ActionAid é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos e sem filiação partidária ou religiosa, que trabalha em mais de 40 países para vencer a pobreza há 35 anos.
Nosso trabalho é desenvolvido em parceria com grupos e organizações locais de comunidades pobres para construir alternativas de superação das dificuldades e garantir o acesso destas populações aos direitos básicos como alimentação, saúde, moradia, educação, igualdade entre homens e mulheres, raças e etnias.


Visão
Queremos um mundo sem pobreza e injustiças, onde cada pessoa desfrute o direito de ter uma vida digna.

Missão
Trabalhamos junto com as pessoas pobres e excluídas para acabar com a pobreza e as injustiças.

Valores
Respeito mútuo. Reconhecemos o valor inato de todas as pessoas e de sua diversidade.

Equidade e Justiça. Trabalhamos para garantir oportunidades iguais para todos, independente de raça, idade, gênero, orientação sexual, situação em relação ao HIV/Aids, cor, classe, etnia, necessidade especial, localização ou religião.

Honestidade e transparência. Somos transparentes sobre a eficácia de nossas ações e abertos em nossos julgamentos e em nosso diálogo com a sociedade.

Solidariedade com as pessoas pobres e excluídas. É o que guia nossas ações e nosso compromisso de vencer a pobreza.

Independência. Somos livres de qualquer filiação partidária ou religiosa.

Coragem de exercer nossas convicções. Agimos de forma criativa, ousada e inovadora – sem medo de errar - para atingir o maior impacto possível sobre as causas da pobreza.

Humildade. Reconhecemos que somos parte de uma grande aliança contra a pobreza e trabalhamos com diversos parceiros para promover a justiça social.


Como trabalha a Act!onAid?



Nossa experiência com comunidades pobres em  todo o mundo nos fez concluir que as relações de poder injustas e desiguais estão na raiz da pobreza. A pobreza e a injustiça não são inevitáveis: são resultado das estruturas e processos dos sistemas políticos, sociais e econômicos construídos pelo homem, e, portanto, de escolhas feitas por pessoas, comunidades, instituições e nações para discriminar, excluir ou explorar as demais.


A falta de poder está ligada ao desrespeito a direitos humanos básicos. Nosso trabalho gira em torno do apoio às pessoas pobres para que reivindiquem tais direitos, de modo que possam melhorar suas vidas e se fazerem ouvidos.


No Brasil nosso foco está na promoção de quatro direitos fundamentais:

Direito à alimentação
Direito à educação
Direitos das mulheres e afro-descendentes
Direito à participação democrática

A realização desses direitos é promovida através de projetos de desenvolvimento em parceria com organizações locais, ongs e movimentos sociais para fortalecer as capacidades das comunidades na construção de alternativas sustentáveis. Por meio de redes e campanhas levamos ao conhecimento de governos e instituições internacionais as causas da vulnerabilidade desses grupos, influenciando a maneira como estas instituições se posicionam em relação às conseqüências de suas decisões, em níveis locais e globais. 

Visite o Site da Actionaid e apadrinhe uma Criança! Clique Aqui!!! 


Copa do Mundo: o Traço da Paixão

por Gabriel Cruz, redação ONNE

Conheça os 19 cartazes representativos de todas as Copas


São Paulo, julho de 2010 - Se o futebol vem mudando, seja nas regras, táticas, uniformes e até nos times, uma tradição histórica segue inabalável no universo das Copas do Mundo. Desde a sua primeira edição, no distante ano de 1930, no Uruguai, a organização do Mundial produz um cartaz especial que ilustra cada torneio. A cada quatro anos um modelo é escolhido entre vários projetos propostos para representar o maior torneio futebolístico do mundo. Confira a evolução dos cartazes das Copas até o da 19ª edição, que está rolando na África do Sul.
(Foto: Divulgação)

1930 - Uruguai


O cartaz da Copa de 1930 foi criado por Guillermo Laborde e traz um design arrojado com linhas e cores extravagantes. O belo desenho mostra uma defesa de goleiro e vem com o nome do país sede e a data que aconteceu o torneio. O Brasil teve apenas desempenho razoável na Copa, ficando apenas na 6ª colocação. A competição terminou com o Uruguai, donos da casa como campeões.
(Foto: Divulgação)

1934 - Itália


O Mundial seguinte, realizado em 1934, na Itália, foi representado por esse cartaz que mostra um jogador com a camisa azul italiana e bandeiras dos países participantes da segunda edição, entre eles, nota-se a bandeira do Brasil ao fundo. O torneio, que ocorreu de 27 de maio a 10 de junho, consagrou a Itália como campeã mundial e a seleção brasileira acabou eliminada ainda na primeira fase, após derrota de 3x1 para a Espanha.
(Foto: Divulgação)

1938 - França


A terceira edição da Copa do Mundo, realizada em 1938, na França, trouxe esse cartaz para representar a competição. Em uma época tensa, com conflitos inevitáveis que desencadearam a 2ª Guerra Mundial, o pôster colocou o mundo como o campo a ser dominado pelos jogadores que participariam do torneio. A Itália conquistou o seu segundo título mundial e o Brasil teve pela primeira vez na história o artilheiro da competição: Leônidas, com oito gols.
(Foto: Divulgação)

1950 - Brasil


Após 12 anos sem a realização da competição, o Brasil foi o país escolhido para sediar a Copa do Mundo de 1950. O cartaz do evento representava a união dos países participantes com as bandeiras formando o meião do jogador. O responsável pelo desenho retratou também o Pão de Açúcar, um dos cartões postais do Rio de Janeiro. O resultado da Copa quase todo mundo conhece: Uruguai campeão após vitória por 2x1 frente ao Brasil, no episódio conhecido como Maracanazo.
(Foto: Divulgação)

1954 - Suiça


Para a Copa do Mundo de 1954, realizada na Suiça, o cartaz representativo da competição trazia mais uma vez um goleiro. Mas, dessa vez, o arqueiro não conseguiu fazer a defesa e aparece com a cara angustiada pelo gol tomado. Destaque para as cores extravagantes, com predominância do laranja, azul e amarelo. A quinta Copa da história foi conquistada pela Alemanha Ocidental frente a Hungria. O Brasil chegou apenas na sétima posição.
(Foto: Divulgação)

1958 – Suécia


O Mundial de 1958 ocorreu durante o mês de junho na Suécia. O cartaz oficial da Copa trouxe pela última vez as bandeiras dos países participantes retratadas. Destaque também para o nome da tão cobiçada taça Jules Rimet escrita em verde na parte inferior do pôster. A competição foi conquistada pelo Brasil graças principalmente a dois jogadores que já despontavam como grandes promessas: Pelé e Garrincha. A final foi um sonoro 5x2 frente aos anfitriões da competição.
(Foto: Divulgação)

1962 – Chile


A Copa do Mundo de 1962 no Chile trouxe um cartaz muito interessante. Em meio ao auge da Guerra Fria, o pôster retrata as pesquisas tecnológicas para enviar o homem ao espaço, com a bola orbitando no lugar da Lua. O Brasil fez bonito mais uma vez e conquistou novamente a competição vencendo a Tchecoslováquia na final por 3x1 no Estádio Nacional.
(Foto: Divulgação)

1966 – Inglaterra

A oitava Copa do Mundo da história foi realizada na Inglaterra durante o mês de junho. O cartaz foi o primeiro a ter a presença do mascote do torneio: o simpático leãozinho Willie usando as cores da seleção dona da casa. O Brasil não fez uma boa Copa do Mundo, sendo eliminado ainda na primeira fase da competição. Com Pelé machucado, o caminho ficou livre para as seleções européias brigarem pelo título. A Inglaterra ganhou da Alemanha Ocidental por 4x2.
(Foto: Divulgação)

1970 – México


O México sediou a nona edição da Copa do Mundo e apresentou um cartaz em que a bola ganhou destaque especial. As cores e linhas do “México 1970” foram uma revolução no estilo dos cartazes feitos até aquele mundial. O torneio premiou o Brasil como o primeiro tri-campeão do Mundo. Na final, um incontestável 4x1 contra os italianos garantiram a posse definitiva da Taça Jules Rimet.
(Foto: Divulgação)

1974 – Alemanha


O cartaz da Copa da Alemanha também foi destaque pelo estilo exótico. O desenhista brincou com as cores e fez um jogador a partir de pinceladas coloridas. Ele utilizou um fundo preto e colocou informações sobre a competição em diferentes línguas.  A competição vencida pela anfitriã Alemanha Ocidental, não teve bom desempenho da seleção brasileira, que, sem os craques de 1970, ficou apenas na quarta colocação.
(Foto: Divulgação)

1978 – Argentina


A Argentina foi o país responsável por sediar a Copa do Mundo de 1978. O cartaz retrata o momento mais importante do futebol: a comemoração de um gol. Com cores e design diferentes, o cartaz sem dúvidas é um dos mais bonitos já produzidos. Destaque também para as cidades sedes que receberam um cantinho especial. A Argentina ganhou a final da Holanda e conquistou pela primeira vez uma Copa do Mundo.
(Foto: Divulgação)

1982 – Espanha


Uma pintura no estilo surrealista do artista catalão Joan Miró foi usada para ilustrar o cartaz da 12ª edição da Copa do Mundo. A competição ocorreu durante os meses de junho e julho na Espanha e foi vencida pela Itália. Na final, os italianos venceram a Alemanha Ocidental. De quebra, a seleção italiana ainda teve o destaque da Copa, Paolo Rossi, que marcou seis gols e foi carrasco do Brasil na fase de grupos do torneio.
(Foto: Divulgação)

1986 - México


16 anos mais tarde, o México voltou a sediar uma Copa do Mundo. A principio, a competição seria disputada na Colômbia, mas o país não pôde receber o torneio por motivos econômicos. O belo cartaz retratou a tradição asteca através de um monumento característico do povo que habitou o México séculos atrás. Destaque também para a sombra de um jogador e uma bola, referência ao futebol. O mundial disputado entre os meses de maio e junho foi conquistado pela Argentina. O Brasil foi eliminado pela França nos pênaltis e acabou em 5º lugar.
(Foto: Divulgação)

1990 – Itália


Para a Copa do Mundo de 1990 o artista retratou o Coliseu de Roma, um dos principais cartões-postais da Itália, no cartaz do torneio. Um detalhe interessante são as bandeiras das seleções participantes que formam um campo de futebol, bem ao meio do pôster. A 14ª competição mundial da história reuniu 24 países e, na final, a Alemanha venceu a Argentina por 1x0. O Brasil não fez uma boa competição e foi eliminado pelos nossos hermanos nas oitavas-de-final.
(Foto: Divulgação)

1994 – Estados Unidos


Apesar da pouca tradição no futebol, os Estados Unidos recebeu a 15ª edição da Copa do Mundo. Para o cartaz, o artista retratou um momento histórico para o país americano: a chegada do homem à lua. O Brasil venceu a competição após 24 anos de jejum em uma final emocionante frente à Itália. Após um insistente 0x0 no tempo normal, os brasileiros venceram na disputa por pênaltis. De quebra, a seleção brasileira teve o craque da competição. Romário, que marcou cinco gols na Copa, conquistou o prêmio Chuteira de Ouro.
(Foto: Divulgação)

1998 – França


A França foi o país escolhido para sediar a Copa do Mundo de 1998. Para representar a alegria do povo francês que recebia a competição após 60 anos, o artista responsável pelo cartaz retratou um estádio com muitas cores e formas. O torneio ocorreu entre os meses de junho e julho e consagrou um novo campeão mundial: a França. Na final a anfitriã não tomou conhecimento da seleção brasileira e venceu com um incontestável 3x0.
(Foto: Divulgação)

2002 – Coreia do Sul e Japão


Pela primeira vez na história, o continente asiático recebeu a competição mundial. Com uma sede conjunta entre Coreia do Sul e Japão, a Copa do Mundo aconteceu entre os meses de junho e julho e mais uma vez um campo de futebol foi retratado no cartaz oficial do torneio. Destaque para os detalhes com as cores do logo oficial feito para a competição. O Brasil conquistou o quinto título mundial na final contra a Alemanha, com dois gols de Ronaldo, artilheiro da Copa.
(Foto: Divulgação)

2006 – Alemanha


A 18ª edição da Copa do Mundo foi realizada na Alemanha entre os meses de junho e julho. O cartaz foi um dos mais bonitos já produzidos na história dos mundiais. A bola desenhada a partir da ligação das estrelas representa a unificação alemã. A Itália venceu a França em uma final polêmica, com o craque Zidane expulso após agressão em um zagueiro italiano. O Brasil caiu mais uma vez nas quartas-de-final e o algoz foi novamente a seleção francesa.
(Foto: Divulgação)

2010 – África do Sul


O continente africano entrou em festa após o anuncio que a 19ª edição da Copa do Mundo seria na África do Sul. É a primeira vez que o torneio acontece em solo africano. Para comemorar, o artista criou um belo cartaz com a figura de um homem negro que acaba com os traços do continente africano. A competição acontece entre os meses de junho e julho, infelizmente o Brasil foi eliminado nas quartas de final, ao perder o jogo contra a Holanda, por 2x1. Não foi dessa vez que a seleção canarinho conquistou o hexacampeonato.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Um ensinamento para os políticos...

Quando a obra dos melhores chefes fica concluída, o povo diz: fomos nós que a fizemos.

                                                     Lao Tse

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Agronegócio brasileiro: Uma estratégia auto-destrutiva, artigo de Sérgio Abranches

[Ecopolítica] Agronegócio brasileiro adota as piores práticas sócio-ambientais. Despreza a tendência do mercado global de adotar práticas de sustentabilidade em toda a cadeia de suprimentos. Um projeto economicamente suicida. O Brasil é o maior importador de agrotóxicos banidos no EUA e na União Européia, por razões sanitárias. Esses produtos, muito tóxicos, são muito nocivos à saúde humana e ao ambiente, especialmente à água.

Em matéria, no último domingo, para o Estado de São Paulo, Lígia Formenti conta que aumenta a importação de produtos proibidos nos países desenvolvidos, como o endossulfam, associado a problemas endócrinos. “Dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que o País importou 1,84 mil tonelada do produto em 2008. Ano passado, saltou para 2,37 mil toneladas”.


Esses agrotóxicos são de difícil remoção dos produtos em cuja produção são utilizados. Fazem mal à saúde. Envenenam o lençol freático, a terra e os rios. Eles marcam os produtos agrícolas brasileiros como de má qualidade.

Qual o projeto estratégico do agronegócio brasileiro? Adotar as piores práticas e enfrentar barreiras comerciais crescentes?

O agronegócio brasileiro cresceu de forma espetacular. Acompanhei esse desempenho. Cheguei a escrever uma coluna na Veja, mostrando que “vender commodities” era chique, porque nossa agricultura estava se transformando em um negócio de alta tecnologia. Naquela época, prevalecia no Brasil a idéia de que só era bacana exportar produtos da indústria manufatureira, que se dizia tinham mais tecnologia. Uma tese falsa. Na comparação em teor de tecnologia, o setor do agronegócio dá de goleada na indústria.

Mas os avanços na genética, na nutrição e outros ganhos tecnológicos, não foram acompanhados por progressos nas práticas de sustentabilidade e responsabilidade social. O agronegócio brasileiro desmata, convive com práticas ilegais, como trabalho escravo, trabalho degradante, não assume responsabilidade pela cadeia de suprimentos (supply chain). Ao adotar más práticas ambientais e trabalhistas, carimba os produtos como de má qualidade.

Alguns setores começaram a melhorar suas práticas, mas só depois que passaram a enfrentar o risco real e presente de perderem seus melhores mercados externos. Foi o caso da soja, que terminou por fazer a moratória, que reduziu significativamente sua contribuição para o desmatamento ilegal na Amazônia.

Os frigoríficos brasileiros ainda não aprenderam essa lição, mesmo depois de serem advertidos pelos grandes supermercados de que não comprariam mais carne daqueles que não fossem capazes de demonstrar sua origem. Grandes supermercados como o Walmart, o Carrefour e o Pão de Açúcar têm programas de sustentabilidade que olham para a cadeia de suprimentos. E, por essas políticas, cada fornecedor tem que se responsabilizar por seus fornecedores também.

O mesmo acontece com o couro, grandes importadores, como a Nike, a Timberland, a Puma, a Columbia e a Patagônia já disseram que não continuarão a comprar couro brasileiro, se não tiverem garantia de origem, comprovando que não contribuem para o desmatamento da Amazônia

Agora mesmo, o Brasil teve que suspender, em comum acordo com as autoridades de Washington, as vendas de carne para o EUA, nosso maior mercado. Qual a razão? O JBS Friboi exportou para o EUA 40 toneladas de carne processada com teores de Ivermectina muito acima do permitido pelos padrões sanitários, informa Raquel Landim, do Estado de São Paulo. A Ivermectina é um vermífugo utilizado na criação de bovinos, mas que pode ser danoso à saúde humana. Esse frigorífico, que é financiado com subsídio pelo BNDES, também não obedeceu ao compromisso de garantir a origem de sua carne, assumido no acordo com os supermercados, intermediado pelo Greenpeace, para eliminar da cadeia de suprimentos a carne de desmatamento. Aliás, o Greenpeace está também na origem da moratória da soja.

O agronegócio brasileiro tem uma história de sucesso. Somos, hoje um dos maiores exportadores de commodities agrícolas do mundo. Somos o maior fornecedor do mercado global de carnes, tendo, ao longo dos anos superado grandes e tradicionais produtores como Argentina, Austrália, Nova Zelândia e Canadá. Não fosse o agronegócio brasileiro, nossa balança comercial seria deficitária. É ele que equilibra o sistema de comércio externo brasileiro.

Mas essa história de sucesso tecnológico e econômico tem bases podres, por causa das péssimas práticas sócio-ambientais. A liderança ruralista não representa a atitude dos bons produtores. Representa as piores práticas. Faz isso quando defende mudança no Código Florestal, para reduzir a área de reservas florestais. Diz que não precisa desmatar, mas trabalha politicamente para poder desmatar. Faz pressão sobre o governo, para atrasar a revisão dos agrotóxicos em uso, que tendem a ser banidos. Chama de absurdas as regras elementares de práticas trabalhistas mínimas. Míriam Leitão mostrou, em coluna recente, que o agronegócio tem sido campeão de flagrantes indiscutíveis de trabalho escravo e condições degradantes de trabalho, que lideranças como a senadora Kátia Abreu, nega existirem.

“Ao todo, de 2003 para 2009, foram encontrados 30 mil trabalhadores em condições análogas às da escravidão nas fazendas inspecionadas”, conta Míriam Leitão. E que regras absurdas são essas?

“A empresa tem que fornecer água potável para os trabalhadores. Essa é uma das 252 normas do Ministério do Trabalho para as fazendas. Por que escrever uma exigência óbvia? Entre 2003 a 2008, em 451 fazendas ficou constatado que os trabalhadores não tinham acesso à água minimamente aceitável. Há regras que não precisariam ser escritas desde o fim das senzalas.
Exemplos de regras espantosamente básicas: é preciso haver banheiro nos alojamentos; água para lavar o agrotóxico das mãos antes das refeições; os alojamentos têm que ser divididos por sexo; alojamentos de famílias não podem ser coletivos; trabalhador não pode pagar pelo equipamento de trabalho; se sofrer acidente, tem que receber primeiros socorros. Não deveria existir instruções assim tão detalhistas. O normal é que não houvesse. Mas os relatórios dos grupos móveis de fiscalização, que foram a quase 1.800 fazendas desde 2003, mostram que o que deveria ser normal numa sociedade civilizada, nem sempre é oferecido ao trabalhador de certas propriedades rurais”. (Miriam Leitão, na coluna Contra os fatos).

Eu estive visitando uma região de produção de soja no cerrado mineiro e os produtores estão desesperados com a baixa disponibilidade de água. A água era abundante e sumiu. Por quê? Porque desmataram tudo, destruíram as matas ciliares, poluíram os mananciais, usaram água de forma abusiva. Agora estão querendo acabar com as áreas protegidas da região, para terem acesso às suas águas.

A liderança do agronegócio, ao optar por defender a banda suja do setor, como se fizesse a defesa geral dessa indústria, está trocando benefícios de curtíssimo prazo por um desastre econômico e comercial de médio prazo. Ao estimular a adoção das piores práticas produtivas e ao negar a sustentabilidade como parte de sua estratégia futura para garantir a continuidade de sua trajetória vitoriosa, está condenando o agronegócio brasileiro à condição de pária na economia global. E está comprometendo a sustentabilidade econômico-financeira do setor na economia brasileira.

Um dos argumentos utilizados para o uso de agrotóxicos comprovadamente nocivos, por exemplo, é de que a lei brasileira não proíbe. É verdade que vivemos um apagão regulatório. Nenhuma agência regulatória está funcionando bem no Brasil: Anvisa, Anatel, Aneel, Ibama. Mas isso não justifica o mau comportamento. O argumento é tosco. Adota-se as melhores práticas porque elas são melhores, não porque o governo manda. Responsabilidade empresarial é uma vantagem privada, não uma determinação do estado. É essa mentalidade atrasada do empresário mediano brasileiro, que vive atrelado ao estado e dependente dos subsídios estatais que atrasa a economia brasileira. Ao invés de fazer lobby para poder continuarem errando, deviam buscar acertar para progredir.

Estamos entrando na era em que a gestão da cadeia de suprimentos vai ser ditada pelo consumidor. A busca da qualidade técnica, social e ambiental dos produtos, de todas as cadeias, é uma tendência inexorável. Quem não acompanhá-la sairá dos bons mercados, ficará nos mercados de baixa qualidade, como fornecedores de baixa qualidade.

O agronegócio brasileiro, as empresas líderes que adotam boas práticas, ao admitir essa liderança atrasada e reacionária, está aceitando riscos que se voltarão contra ele. Os boicotes vão aumentar. Os recalls de produtos brasileiros nos melhores mercados vão se suceder. O Brasil perderá fatias nobres do mercado global de commodities. É esse mesmo o projeto da agricultura brasileira?

Artigo originalmente publicado no sítio Ecopolítica.

EcoDebate, 02/06/2010