sexta-feira, 21 de agosto de 2009

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PERNAMBUCO // VIOLÊNCIA
PM promete punir policiais acusados de abuso no Pilar




Publicado em 20.08.2009, às 07h47Do Jornal do Commercio



Dois dias após as denúncias de truculência da Radiopatrulha na comunidade do Pilar, no Bairro do Recife, Centro, a Polícia Militar (PM) prometeu localizar os policiais acusados de abuso de autoridade na região. O tenente-coronel Paulo Cabral, comandante de Policiamento da Capital, garantiu que, se comprovada a acusação, os responsáveis serão punidos. “Vamos identificá-los e mudar esse quadro”, afirmou, depois de se reunir com moradores, representante da Secretaria de Educação da cidade e direção da Escola Municipal Nossa Senhora do Pilar, que vem sendo afetada pelo clima de violência.
De acordo com o oficial, não havia registro oficial de queixa contra os PMs até o Jornal do Commercio noticiar agressões aos moradores, na última segunda-feira. “Não tínhamos nada formalizado para abrir sindicância. Mas o comando da Radiopatrulha já está tentando identificar esses policiais”, disse Paulo Cabral. Durante a reunião, ele recebeu de moradores cápsulas de munição ponto 40, arma de uso exclusivo dos militares, que seria indício de tiroteios promovidos pelos policiais.
O secretário executivo de Educação do Recife, Flávio Brayner, assegurou que o município tomará medidas para manter a segurança dos alunos. Como forma de valorizar a área, a PM sugeriu que a prefeitura melhore a iluminação pública e a limpeza urbana.
Segundo parentes de alunos da Escola Nossa Senhora do Pilar, quatro homens da Radiopatrulha vêm espalhando terror na área há, pelo menos, nove meses. “Essa turma anda com um alicate enorme para arrombar casas. Invade e leva o que tiver de valor”, relata um estivador, tio de um estudante.
Dona de casa conta que assistiu à tortura de um jovem, preso acusado de tráfico. “Deram choque com fio elétrico, colocaram sacola na cabeça e tentaram enfiar cabo de vassoura. E disseram que atirariam se alguém reclamasse”, diz. Outra mãe de aluno crê que os policiais inverteram valores. “O trabalho deles é prender e levar para a delegacia. Devem respeitar o cidadão.” Com medo de represálias, ninguém quis se identificar.
Durante a reunião na escola, alguns moradores discutiram com policiais do lado de fora. Houve tumulto, mas ninguém se feriu. Enquanto os representantes da comunidade alegavam que membros da Patrulha Escolar os xingaram, os PMs se diziam desacatados.
Anteontem à tarde, crianças foram liberadas mais cedo da aula devido a ameaças dos acusados do abuso. Ontem, algumas se assustaram com a movimentação de policiais na reunião. Com a promessa de Paulo Cabral, a diretora da escola, Adineide Vitor Anjos, se sente aliviada. “Esperamos trazer a paz de volta para a escola e toda a comunidade do Pilar”, conclui.

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